O Aeroporto de Congonhas, localizado na cidade de São Paulo, é um dos mais importantes e movimentados aeroportos do Brasil. Sua criação está profundamente ligada ao desenvolvimento da aviação comercial no país e ao crescimento da cidade de São Paulo como centro econômico e industrial. Veja um resumo de sua história:
Contexto e Fundamentos
Nos anos 1930, São Paulo já despontava como um importante centro urbano e econômico. No entanto, a cidade carecia de uma infraestrutura adequada para atender ao crescente tráfego aéreo comercial. Até então, o Campo de Marte era o principal aeródromo paulistano, mas sofria com alagamentos frequentes, limitando sua operação.
A Decisão pela Construção
Em 1935, o então prefeito Fábio da Silva Prado autorizou o início das obras de um novo aeroporto. A escolha do local recaiu sobre uma área elevada no bairro de Vila Congonhas, no sul da cidade, que oferecia condições mais favoráveis em termos de drenagem e topografia. O terreno foi adquirido da Companhia Auto Estrada.
Inauguração e Primeiras Operações
O Aeroporto de Congonhas foi inaugurado oficialmente em 12 de abril de 1936, inicialmente com uma pista de grama. Suas operações começaram a ganhar relevância com a instalação de hangares e a construção de novas pistas. Durante os primeiros anos, o aeroporto atendia principalmente a aviação geral e a voos de curta distância.
Expansão e Modernização
Nos anos 1940, com o crescimento das companhias aéreas nacionais como Panair do Brasil, VASP e Real Aerovias, Congonhas passou por uma série de melhorias. Em 1951, as pistas foram pavimentadas, e o terminal de passageiros foi ampliado para atender ao aumento da demanda. Congonhas rapidamente se consolidou como o principal aeroporto do Brasil para voos domésticos.
Décadas de 1950 a 1970
Em 1957, o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, alcançou o posto de terceiro maior aeroporto do mundo em volume de carga aérea, ficando atrás apenas dos aeroportos de Londres e Paris.
Essa posição de destaque refletia o crescimento econômico e industrial de São Paulo na época, consolidando a cidade como um importante centro logístico e de transporte aéreo.
O aumento significativo no volume de cargas e passageiros levou à necessidade de expandir e modernizar as instalações aeroportuárias.
Em resposta a essa demanda, foram realizadas diversas obras de ampliação no Aeroporto de Congonhas, incluindo a construção da Ala Norte, concluída em 1959, que abrigava as salas de embarque e desembarque internacional.
Além disso, a crescente movimentação impulsionou o governo a planejar novos aeroportos para atender à demanda.
Dessa iniciativa, surgiu o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, inaugurado posteriormente para complementar as operações de Congonhas e aliviar o tráfego aéreo na região metropolitana de São Paulo.
Com o aumento do tráfego aéreo, novas modernizações foram feitas, incluindo a construção de um terminal maior em 1960. Durante esse período, o Aeroporto Internacional do Galeão no Rio de Janeiro e, posteriormente, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, inaugurado em 1985, começaram a desafogar o tráfego internacional que passava por Congonhas.
Papel Atual
Ao longo das décadas seguintes, o Aeroporto de Congonhas continuou a desempenhar um papel fundamental na aviação brasileira, adaptando-se às mudanças e mantendo sua relevância no cenário nacional.
Atualmente, o Aeroporto de Congonhas é conhecido por sua localização central e por operar voos domésticos de alta frequência, especialmente para o "Ponte Aérea Rio-São Paulo", que conecta São Paulo ao Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. Ele é também famoso pela aproximação desafiadora devido à sua localização em uma área densamente urbanizada.
Legado e Importância
O Aeroporto de Congonhas simboliza o avanço da aviação no Brasil e o desenvolvimento econômico de São Paulo. Seu terminal, com arquitetura modernista e icônicos vitrais e painéis decorativos, tornou-se um marco histórico e cultural, integrando o patrimônio arquitetônico da cidade.

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