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Vocês sabem o que são MORA, MEA, MOCA, etc...

Atualizado: há 18 horas

Abaixo segue uma explanação completa e detalhada sobre as principais referências altimétricas utilizadas nas cartas aeronáuticas, incluindo seus significados, finalidades e diferenças entre elas:


🧭 REFERÊNCIAS ALTIMÉTRICAS EM CARTAS AERONÁUTICAS

Na navegação aérea, as altitudes mínimas publicadas em cartas têm como principal objetivo garantir a separação segura com o terreno e obstáculos, especialmente em voo por instrumentos (IFR). As principais referências altimétricas encontradas são:


1. MORA (Minimum Off-Route Altitude)

  • Tradução: Altitude Mínima Fora de Rota

  • Função: Proporcionar separação com o terreno/obstáculos fora de aerovias (Off-Route).

  • Aplicação: Utilizada em cartas enroute (alta e baixa altitude) da Jeppesen.

  • Cálculo:

    • Garante 1000 pés de separação de obstáculos dentro da área quadrangular (latitude/longitude).

    • Se houver terreno com elevações superiores a 5000 pés, a separação aumenta para 2000 pés.

  • Formato: Um número de 2 dígitos em magenta. Ex: 42 → equivale a 4200 pés.

  • Tipos:

    • Grid MORA: cobre áreas de 1° x 1°.

    • Route MORA: cobre faixa de 10NM de cada lado da rota.


2. MEA (Minimum Enroute Altitude)

  • Tradução: Altitude Mínima de Rota

  • Função: Garante cobertura de sinal de navegação (VOR, NDB) e separação com obstáculos ao longo de uma aerovia.

  • Aplicação: Usada em rotas IFR publicadas em cartas enroute (IFR).

  • Importância:

    • Garante que o piloto possa manter navegação baseada em auxílios rádio.

    • Garante separação vertical segura.

  • Publicado em: Cartas do tipo ENRC (cartas de rota) e cartas Jeppesen.


3. MOCA (Minimum Obstruction Clearance Altitude)

  • Tradução: Altitude Mínima com Separação de Obstáculo

  • Função: Garante separação com obstáculos, mas não garante cobertura de navegação ao longo de toda a rota.

  • Cobertura: Garante recepção de sinal de navegação apenas dentro de 25 NM do auxílio (nos EUA) — pode variar conforme o país.

  • Utilidade: Útil como alternativa em voos onde a recepção de sinal não é crítica em toda a rota.


4. MSA (Minimum Sector Altitude)

  • Tradução: Altitude Mínima por Setor

  • Função: Proporciona separação de 1000 pés (ou 2000 pés, dependendo da elevação do terreno) com obstáculos dentro de 25 NM ao redor de uma estação de referência (geralmente um VOR).

  • Aplicação: Utilizada para situações de emergência, navegação de aproximação, holding, ou como referência geral.

  • Representação: Usualmente publicada nas cartas de aproximação por instrumentos (IAC).

  • Divisão setorial: Normalmente o espaço é dividido em setores de 30°, 90°, 120°, etc.


5. MVA (Minimum Vectoring Altitude)

  • Tradução: Altitude Mínima de Vetoração

  • Função: Altitude mínima que o controlador pode vetorizar aeronaves IFR garantindo separação com obstáculos.

  • Não publicada ao piloto, exceto em raras exceções. Utilizada pelo controle radar.

  • Cálculo: Considera obstáculos dentro de áreas menores e pode ser inferior à MSA.


6. OROCA (Off Route Obstruction Clearance Altitude)

  • Função: Similar ao MORA, garante separação de obstáculos fora de aerovias.

  • Usado principalmente nas cartas do FAA (EUA).

  • Cálculo:

    • 1000 pés sobre obstáculos em áreas com elevações normais.

    • 2000 pés sobre terrenos com elevações acima de 5000 pés.

  • Formato: Também aparece como número de dois dígitos. Ex: 52 = 5200 pés.


7. MEA GAP (Minimum Enroute Altitude Gap)

  • Quando uma rota IFR apresenta interrupção temporária na cobertura de sinal rádio, isso é representado com um "MEA GAP".

  • Garante ainda separação com obstáculos, mas pode haver limitação de sinal.


8. MCA (Minimum Crossing Altitude)

  • Tradução: Altitude Mínima de Cruzamento

  • Função: Determina a altitude mínima com que um fixo ou ponto de navegação deve ser cruzado.

  • Usada quando: A partir desse ponto, a elevação do terreno aumenta e uma altitude maior é necessária para manter a separação.


9. TAA (Terminal Arrival Altitude)

  • Tradução: Altitude Mínima de Chegada Terminal

  • Função: Garante separação de obstáculos dentro de áreas definidas no terminal ao iniciar uma RNAV (GPS) Approach.

  • Divisão: Geralmente dividida em setores radiais a partir do ponto de referência da aproximação.

  • Usada em: Procedimentos de aproximação RNAV (especialmente nos EUA, mas presente em PBN no Brasil também).


🗺️ DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS ENTRE ELAS

Sigla

Garante separação com obstáculo?

Garante recepção de navegação?

Publicada para o piloto?

Aplicação

MORA

✅ Sim

❌ Não necessariamente

✅ Sim

Fora de rota

MEA

✅ Sim

✅ Sim

✅ Sim

Ao longo da rota IFR

MOCA

✅ Sim

✅ Parcial (até 25 NM)

✅ Sim

Alternativa à MEA

MSA

✅ Sim

❌ Não

✅ Sim

Área de 25 NM ao redor do fixo

MVA

✅ Sim

✅ Sim

❌ Não (uso ATC)

Vetoração radar

OROCA

✅ Sim

❌ Não

✅ Sim (EUA)

Fora de rota

MCA

✅ Sim

✅ Sim

✅ Sim

Cruzamento de fixos críticos

TAA

✅ Sim

✅ Sim (em RNAV)

✅ Sim

Aproximação RNAV


📌 OBSERVAÇÕES FINAIS

  • Altitudes mínimas publicadas podem variar de país para país, pois cada autoridade aeronáutica pode adotar critérios próprios (FAA, ICAO, DECEA etc.).

  • O piloto deve sempre consultar as publicações oficiais atualizadas como cartas ENRC, IAC, cartas Jeppesen e AIP.

  • No Brasil, as cartas são publicadas pelo ICA/DECEA e estão disponíveis via AISWEB.


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